sexta-feira, 9 de julho de 2010

Políticas Públicas

Tenho andando ranzinza (novamente) nos últimos dias. Quando eu fico muito ranzinza eu aproveito pra pensar sobre a vida. E hoje cá estava eu pensando sobre políticas públicas.

O quão justa é essa nova forma de ingresso nas universidades que está sendo/será implementada, sendo que o Rio Grande do Sul tem o maior número de universidades e faculdades?

E não é só isso. A "merda" vai continuar a mesma. Alegam alguns que é um método mais justo de "oportunidade para todos", porque assim o sujeito "A" que vive lá "onde Judas perdeu as botas" pode vir estudar aqui onde "Judas as encontrou". Não é maravilhoso? Uhum...
Que doce ilusão! Se o sujeito "A" pertence a classe média, realmente. Mas se ele for só um brasileiro comum, como a grande maioria dos brasileiros, ou ele vai ter que rodar a baiana e fazer das tripas coração, ou ele simplesmente não vai poder, porque não vai ter capital pra investir nisso. E a porcaria continua a mesma. Quem tem dinheiro vai para onde quiser, quem não tem fica onde estava. E o ciclo se perpetua.

E olha que eu não sou uma das mais ferrenhas defensoras dos fracos e oprimidos. Eu costumo tentar olhar as possibilidades. Por exemplo, eu sou extremamente contrária a inclusão digital.
O governo financia computadores e incentiva o acesso a internet de praticamente qualquer parte do Brasil, entretanto que beneficio isso trás a população? Nenhum. A população não tem educação pra usar esse tipo de ferramenta. Pergunte pras pessoas de baixa renda se elas tem computador e várias vão responder que sim. Agora pergunte a essas várias se elas sabem o que é a Wikipédia ou o Google Acadêmico. Entretanto se perguntares se sabem o que é o Orkut provavelmente te dirão que sim.
O mais triste é que isso não é culpa delas. Estão tentando tapar o sol com a peneira.

Observe por exemplo o método de incentivo a "universidade para todos", inclusive aqueles todos que não tem preparo para isso. Não duvido que hajam faixas comemorativas dizendo "Olha mãe! Tô na univercidade! Parabems pra mim! Bixo 2010".
As universidades federais por sua vez, recebem incentivo financeiro toda a vez que criam cursos novos, se elas não os criam, o incentivo que recebem é consideravelmente menor, entretanto se optam por cria-los, acabam tendo de deixar de investir nos cursos já criados. E aí, o que fazer? Porque isso é política pública... É MEC. É Brasil.

E sabe o que é mais decepcionante? Eu assisti vários projetos de conclusão de curso esse semestre, muitos deles bastante interessantes e viáveis. Cuja divulgação poderia melhorar (e muito) a qualidade de vida da população. E quase todos eles (assim como o meu e da Josi) tinham como justificativa o fato de que políticas públicas poderiam ser incentivadas, como medidas de prevenção, por exemplo... E no fundo, bem no fundo, nós sabemos que isso nunca vai acontecer.

Um comentário:

  1. Pois é... Este é o Brasil brasileiro. Aquele adepto a Lei de Gerson.
    É mais fácil tapar o sol com a peneira do que reparar o erro desde a base.
    Em uma nação onde grande parte da população nem mesmo sabe fazer uso do antoconcepcional ou do preservativo é mais facil mostrar o orkut (que é cultura cultura inútil) do que incentivar a cultura. Já dizia meu pai (casualmente teu avô) que país com alto índice de cultura é difícil controlar. É mais fácil influenciar os incultos e, desta forma, manter a corrupção. Já pensou o que aconteceria se o governo ensinasse o povo a pensar? Tu achas que os governantes irão armar o povão contra ele (governo)?
    Fala sério! Tudo que os governantes fazem é "fazer de conta" que ajudam, que favorecem que é para, na hora do voto, pensarem que se fez alguma coisa a favor do povo!
    Tolo engano!!!!!

    ResponderExcluir