sábado, 24 de julho de 2010

Perspectivas

É nessas horas em que ser ateu é difícil... Porque eu bem que poderia dizer "O futuro a deus pertence", mas quem me conhece sabe que isso seria uma enorme de uma hipocrisia! heh

Mas a verdade é que o futuro é meu e só a mim pertence. Os erros e os acertos são meus.

E escrevo isso porque hoje algo muito importante aconteceu...

Pode parecer banal, pode parecer engraçado ou até pouco significante: Hoje foi minha última matricula na faculdade.
Deveria ser um momento extasiante, afinal é a reta final! Mas não, não é. É assustador!
Já pararam pra pensar na repercussão disso na vida de um ser humano? É o adeus aos velhos formulários em que se preenchia "Profissão: estudante" tão displicentemente e de maneira já tão automática.
Já já eu vou ter que pensar duas vezes quando for ter que preencher o espaço em branco correspondente a profissão em algum formulário por aí. Até lá, todas as vezes em que isso acontecer, é possível que eu sinta o mesmo frio na barriga. A mesma precipitação. Aquele quê de um algo terrível que está por aí a espreita pronto pra me pegar na primeira entrevista de emprego ou no primeiro consultório da vida.
Uma sensação de que não importa o quão alta seja a média final, o quanto eu tenha me empenhado, quantos pacientes eu tenha tido, que eu tenha ficado durante as férias em estágio na clínica, quantos livros eu tenha lido... De qualquer forma eu não me sinto preparada pra sair por aí encarando o mundo "psi".
E o que fazer depois? Especialização? Mestrado? Só trabalhar?

O mais difícil até os últimos meses era definir com o que trabalhar. Isso já não é mais um problema. Eu gosto de psicologia clínica. Em especial psicologia cognitivo comportamental e se for pra trabalhar com crianças, melhor ainda. Chego a brilhar os olhinhos!

Mas a pergunta que eu me faço (e que acho eu todos que devem estar sentindo o mesmo que eu devem estar se fazendo) é: Será que eu serei boa o suficiente pra trabalhar com aquilo que eu escolhi?

Uma coisa eu descobri nesse último semestre (e em processo de terapia... rs): Infelizmente não. Eu dificilmente serei boa o suficiente em alguma coisa que eu escolher, porque quando mais alto eu subo, mais eu elevo os meus padrões, de forma que eu vou estar eternamente insatisfeita. De certa forma isso é bom: eu sempre vou buscar algo que possa ser melhorado. Por outro ângulo, é péssimo, porque a menos que eu encontre um ponto de equilíbrio, eu nunca vou estar satisfeita.
E se o futuro é só meu, os fracassos também são.

Um comentário:

  1. É realmente assim... quando se aproxima a reta final dá quase um desespero porque a gente nunca se acha preparada o suficiente para assumir um papel com tamanha responsabilidade. Pairam as dúvidas do “será que eu sei o suficiente a ponto de poder trabalhar com a expectativa dos outros?” É bastante complicado e, ser exigente com a gente mesmo é o máximo pois, cada vez que (no teu caso, liberas o teu paciente) consegues inflar o peito e dizer: Consegui! mas, quando chegar o próximo, irás te questionar novamente sobre o quão capaz tu és e irás te criticar já que no anterior, se tivesses agido de outra maneira teria sido melhor e assim sucessivamente. E quer saber uma coisa? Isso é que faz com que a profissão escolhida se torne, diariamente, tão mais gratificante. Os desafios, os medos do fracasso e o gosto do dever cumprido. Com certeza irão surgir dificuldades, mas a gente supera a final, nem sempre se ganha e, no decorrer da vida profissional descobrimos que, para continuarmos a ser exigente é necessário o bom desafio!
    Mas, tu te supera!!!!!!!!!
    Beijos e te amo!

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