domingo, 9 de fevereiro de 2020

Dez Anos Depois

Eu cresci, como a maioria das pessoas, ouvindo um bocado infinito de barbaridades bem intencionadas: "quem muito se abaixa, o koo lhe aparece", "guria direita não faz isso", "tu te expõe demais". Fora isso, fui simultaneamente a filha mais velha e a "guriazinha da vó". Eu devia ser perfeita. Perfeita e discreta.

Acontece que a "normalidade" pra mim era o equivalente a uma calça 42: me serve, com muito sacrifício. Eu sempre fui esquisita, como uma mistura de filmes da Disney com Tim Burton e uma pitada de ficção cientifica. E eu também nunca fui perfeita [embora tenha gasto metade da vida tentando ser]. Eu sou humana.
Como qualquer tampa que fica sem o pote, eu sobrei o no armário e em um determinado ponto da vida, eu era absolutamente solitária [postagens anteriores mencionam o assunto, aliás]. Não conseguia me conectar com muitas pessoas, porque eu achava que ninguém mais se sentia assim, como se não pertencesse.

Precisei amadurecer [e fazer muita terapia] pra entender que "aquilo que te faz diferente e esquisito é provavelmente sua maior força". Eu sou diferente. Não que todas as pessoas sejam iguais, mas cansei de carregar a minha esquisitice como uma âncora. 

Cresci com meus primos, entre revistas de carros, motos e times de futebol, mas eu não podia me interessar por nenhuma dessas coisas que eu achava bastante curiosas e instigantes, porque afinal, eu era a "guriazinha da vó" e meninas precisam gostar de coisas de meninas, certo? Aos 14 anos eu bebia vinho, lia Augusto dos Anjos e gostava de sortear assuntos aleatórios na enciclopédia Barsa desatualizada que herdei do meu pai. Aos 16 as meninas da minha idade viravam as noites nas festas, mas eu tinha um grupo de RPG, com o qual virava a noite jogando dados e debatendo assuntos diversos. "Casei" aos 18, quando entrei na faculdade e fui casada por quase quatorze anos. Desse casamento surgiu o Michel, hoje com 7 anos, igualmente idiossincrático.
Uma noite, antes de dormir, ele me pergunta assim:

"Mãe, Youtubertal disse que as meninas demoram escolhendo coisas tipo sapatos, porque meninas gostam de sapatos. Todas as meninas?"
"Não. Eu demoro mais escolhendo livros ou comida. Demoro escolhendo sapatos quando não preciso deles, mas normalmente eu sei o que eu preciso comprar, só vou lá e compro. Mas conheço várias que são muito rápidas e conheço homens que demoram muito..."
[Perguntou de onde eu conhecia, se deteve um pouco no assunto, falamos sobre atribuir características as pessoas como "fulana é isso porque é menina"...]
"É verdade, ás vezes tu é muito rápida pras coisas. Mas ás vezes é muito pouco também."
[Eu ri]
"As pessoas não são iguais e eu não sou muito parâmetro pra essas coisas, meu bem. A mãe é um pouco esquisita."
"Tu não é esquisita. Tu é linda. Tu é maravilhosa!"
"Esquisito não é ruim, meu amor. Esquisito só é diferente. Tu também é um pouquinho e eu te amo por isso."
"Eu sei."

Foi a partir dessa conversa, acontecida há poucas semanas que decidi reativar o blog. Entendi que me esconder não é mais uma opção. Eu gosto de quem eu sou. Tenho orgulho da pessoa que me tornei. Amo o contraste da pessoa que lê Sandman, mas sabe cantar Marília Mendonça, cozinha ouvindo brega e arruma a casa escutando Rammstein.

E finalmente entendi que esse é tipo o meu super poder: as pessoas não vão se sentir a vontade comigo, mesmo que eu não seja uma pessoa expansiva, a pesar disso, mas por causa disso - porque eu me sinto a vontade comigo.

Conheci gente sensacional assim, porque elas sabiam que eu era esquisita e se aproximaram, me deixando ver a esquisitice delas. Sabe aquele momento em que a gente olha pra pessoa e fica extremamente feliz por ela ser ela e saber quem a gente é e estar ali, sendo quem ela é? Todo mundo deveria experimentar isso. Eu tenho vários amigos sensacionais com quem eu consigo me sentir assim com frequência, mas isso só acontece porque eles sabem quem eu sou e vice-versa.

Por isso, reativar o blog é importante. Porque ninguém é perfeito, no fundo somos todos esquisitos, diferentes e temos coisas extremamente peculiares. Eu sou tenho várias e deixo bem a mostra. Cansei de sufocar com a vergonha e a ansiedade. E como diria minha musa, Brené Brown: quando a gente compartilha a vergonha, percebe que outras pessoas sentem o mesmo e ela some.




"Faça a sua luz esquisita brilhar forte pra que outros esquisitos saibam onde te encontrar."


quarta-feira, 23 de março de 2011

Saudades


Sinto saudades de um tempo que eu já me esqueci e só lembro o suficiente pra doer. Saudades de pessoas que se foram e coisas que se quebraram.
Tenho grãos de areia nas mãos, tento mante-los apertados, firme entre os dedos e mais rapidamente eles se vão.
Um sábio uma vez disse: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Pena que a maior parte das pessoas esquecem disso.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Só mais uma história de amor

Fios de cabelos úmidos e a cabeça a mil. Parada ali na chuva, só conseguia pensar em um par de frases avassaladoras. "E se não tivessemos nos encontrado?", "E se não tivesse sentido naquele dia uma fagulha daquelas que fazem o mundo deixar de parecer tão desconexo"?

Ali, ela desafiava as leis do universo com a própria lógica que as criara.

Pensava em corpos que ocupam o mesmo lugar no espaço e na junção de átomos indissociáveis. Se bem que a física faz algum sentindo, como na troca de calor entre o corpo que fica com as cobertas e aquele que ficou exposto. E ela riu pensando em como pode uma pessoa nascer e renascer sempre nos mesmos braços.

Lembrou das canções que inventara pra entreter seu complemento. Da maneira como um sabia exatamente como interpretar frases inteiras em murmuros do outro ou como criavam neologismos que só eles mesmos compreendiam. Riu ao lembrar das invenções e descobertas que fizeram juntos e de momentos que renderiam livros completos.

Sincronia, ela pensava.

E parada ali, na chuva, só conseguia chegar a uma única conclusão: "Era pra ser". E foi.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Morro dos Ventos Uivantes

"— Ela mentiu até o fim! Onde está ela? Não está lá. . . não está no céu . . . não morreu. . . onde é que ela está? Oh, você disse que não se importava com os meus sofrimentos! Pois bem, vou rezar. Vou rezar até não ter mais fôlego, para que você, Catherine Earnshaw, não possa ter descanso enquanto eu esteja vivo! Você disse que eu a tinha matado. . . Pois bem, assombre-me! As vítimas costumam assombrar os seus algozes. Sei de fantasmas que erraram de verdade pela terra. Persiga-me, assuma a forma que quiser, enlouqueça-me até! Mas não me deixe neste abismo, onde eu não posso encontrá-la! Oh, meu Deus, é impossível! Eu não posso viver sem a minha vida! Eu não posso viver sem a minha alma!"

Leria um milhão de vezes!

sábado, 30 de outubro de 2010

Alma Perdida

Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!…

[Florbela Espanca]

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vácuo

Entra aqui e me despedaça
Depois sai de alma lavada
E eu?
Me resta o pó, o nada
E um bocado de solidão

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para minha pequena garota

Eu tenho uma pequena garota que vive comigo.
Ela dança, canta e se diverte. Se fascina com coisas que brilham e adora balões. Bate palmas quando não deveria e ri nos momentos mais inoportunos. Gosta de dizer bom dia quando a noite chega e boa noite ao amanhecer.
Ela é tão inusual! Até mesmo para uma garota pequenina. É quase uma criança, quando se olha bem de perto.
Ainda não sabe pronunciar algumas palavras. "Infelizmente, não deu!" é uma frase que ela precisa aprender. "Eu errei" ela já conhece, mas não consegue pronunciar muito bem "Tudo bem, posso tentar denovo!".
Também não aprendeu a pedir ajuda, não que ela ache que não necessita. Ela simplesmente não sabe.
Quando crescer talvez seja poeta ou coisa que o valha, mas por enquanto só ensaia o dom da expressão. E quando o faz, murmura. Não quer que o mundo ouça, mas eu sempre a escuto.
Como é linda a minha pequena! Quisera que o mundo a conhecesse... Mas ela só fala comigo e sempre bem baixinho. E como é frágil! Todo o dia ela morre um pouquinho e todas as manhãs tem de ser ressuscitada.
Quem sabe um dia, quando for forte e grande, ela possa debutar. Por enquanto ela vive aqui, quietinha comigo, como em um cativeiro voluntário.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Amour"



Como são estupidas as mulheres apaixonadas! Eis o tipo mais decadente de prostituição: Cobram tão pouco que esquecem o próprio valor.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Previsível

Você me olha com essa cara de quem sabe o que eu vou dizer. Sorri e emenda triunfante: "Previsível". Eu calo e consinto, com um meio-sorriso. A a verdade é que você não faz a menor idéia do que se passa aqui dentro.
Antes soubesse, me pouparia um esforço danado. Mas não sabe. Nem quer saber.
O mundo fica mais fácil assim. "Se penso, é. Tem de ser, natural!" e passa a ser verdade.
Mas algumas coisas nunca devem ser ditas - ao menos eu nunca digo. Frases devem ser seladas e carregadas por uma vida á fora.
Eu carrego uma infinidade de pequenos elogios, ar blase e um leque de verdades que esqueceram de existir.
"Previsível" você diz. Eu calo e consigo, com um meio-sorriso. Tanto faz e ás vezes é até melhor. "A ignorância é uma benção".

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cozinhar

Bom, quem me conhece sabe que eu adoro cozinhar... Pra mim, ir pra cozinha "testar" coisas novas chega a ser terapêutico.
E bem, algumas pessoas já me cobraram receitas de algumas coisas. Umas eu passei, outras eu esqueci.
Então, vou utilizar esse post pra dividir com vocês algumas das minhas receitas preferidas (já previamente testadas e com os meus pitacos, óbvio)!

Cappuccino

#400g de leite em pó integral
#250g de açúcar
#50 g de café solúvel
#5 colheres (sopa) de chocolate em pó
#1 colher (sopa) bicarbonato de sódio
#1 colher (sopa) de canela em pó

Primeiro eu bato o café e o leite em pó no liquidificador. Depois eu adiciono os outros ingredientes e bato denovo... Mas o meu liquidificador é imenso, então já aviso que nem todos vão suportar isso - nesse caso pode por tudo em um pote e misturar bem.
Outro detalhe sobre o liquidificador: eventualmente "sacudo" ele, pra misturar o pó. ;)

Pronto, juro que é só isso! :P
Ah sim, eu comumente ponho mais açucar tbm... algo em torno de 350g, mas aí vai do gosto de cada um, né? rs


Cheesecake (essa vai pra dona Nice! hehe)

Massa:
# 1 pacote de biscoito maisena ou maria
# Margarina ou manteiga a temperatura ambiente o quanto baste pra dar a "liga" na massa - cerca de 150g

Recheio:
# 1 pacote de gelatina em pó incolor e sem sabor (12 g)
# Cerca de 400 g de ricota
# 1 potinho de requeijão
# 1 caixinha de leite condensado

Cobertura:
# Um pote de geleia/doce - eu já testei amora, goiabada, morango, uva... enfim, todos ficam bons!
# 1 colher de sopa (rasa) de maisena
# 1/2 xícara de água

Para a massa: Eu trituro os biscoitos no liquidificador, até virar uma farinha. Depois vou acrescentando a manteiga aos poucos e misturando com as mãos. Ela tem que ficar "grudando"... Do tipo que se apertar na mão, as farinha fica uma bolinha e não desmancha. Entretanto, cuidado pra não por muita manteiga, se não fica duro que nem pedra! :P
Depois forra o fundo de uma forma (de preferência de aro removível) com essa mistura e põe no forno por uns 8 minutinhos.

Recheio:
Hidratar a gelatinha, misturando o pó com 10 colheres de água fria e deixando descansar por 5min. Depois levar em banho-maria até desmanchar.
Então joga tudo no liquidificador e bate... Corta a ricota em pedaços e vai adicionando aos poucos (e batendo mais, óbvio!). Pronto! =)

Cobertura: Mistura a geleia com a água e a maizena (não esquecer de dissolver a maizena em um pouco d'agua fria... se não vai ficar embolotado). Leva ao fogo e fica lá mexendo que nem idiota (porque do contrário gruda no fundo!). Depois que ferver, abaixa o fogo, deixa mais um pouquinho e pronto.

Como montar:
Depois de esfriar a massa, joga o recheio em cima e põe na geladeira por umas duas horas - Como eu não gosto de esperar, ponho em uma prateleira que tem no meu refrigerador que chama "resfriamento extra" e deixo só o tempo de fazer a cobertura.
Depois é só por a geleia por cima de tudo.
NÃO PONHA A GELEIA QUENTE EM CIMA DO RECHEIO. Por que? Porque "cozinha" o recheio e faz caca!

Depois é só por por algumas horas na geladeira (umas 5h) e pronto!

Se quiser mais gosto de queijo, substituir o requeijão por um pacotinho daqueles de queijo filadélfia.


Bolo salgado de liquidificador

Massa:
# 3 ovos
# +- 13 colheres de farinha de trigo
# 1 e 1/2 xicara de leite
# 3 colheres de queijo ralado
# 1 colher (sopa) rasa de fermento
# um pouco menos que 1/2 xicara de oleo
# sal a gosto (eu particularmente uso uma colher de chá beeem cheia)
#orégano (opcional)

Recheio: o que tu quiser, simples assim! Eu normalmente faço com salsicha e legumes - cebola, pimentões, cenoura ralada, milho, etc e misturo tudo com creme de leite ou molho 4 queijos, daqueles de caixinha, junto com uma colher de chá rasa de sal e queijo muzzarela picadinho (bastante!).

Pra massa tudo o que tu tem que fazer é bater tudo no liquidificador, por último por o fermento e mexer - eu bato o fermento tbm (depois de todo o resto estar batidinho), mas dizem que não se bate... Ainda assim, nenhum mal me aconteceu até hoje! huahua
Essa massa tem que ficar com uma consistência parecida com a de bolo normal.

Depois põe um pouco no fundo de uma forma previamente untada e enfarinhada e joga o recheio por cima, cobrindo com o restante da massa. Aí é só por em forno pré-aquecido por uns 40 minutos. :)


Beijos pra vocês que agora que já tem com o que se divertir...
Ah sim e se quiserem alguma receita, podem pedir. Se eu souber fazer, juro que ensino! \o\

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dia do psicólogo


Denovo me inspiro num post do blog da amiga elástica. Janice ou Nice para os íntimos.

Certa vez li um livro pra uma disciplina de Terapia breve II (Basicamente, teorias Existenciais/Humanistas) que me emocionou muito.
Determinada passagem do livro, falava sobre a postura do psicoterapeuta, quanto a seu comprometimento:

"É o sentimento mais profundo que nos motivou (ou deveria ter motivado) quando da escolha de tão árdua tarefa, que é a de acompanhar outro ser humano, em meio ás suas aflições, por entre tortuosos caminhos de sua dinâmica, esbarrando em obstáculos, resvalando em precipícios, desabando em emoções incontidas, tendo sempre a mão estendida, o ombro firme, os sentidos sempre aletras, os olhos sempre abertos, emprestando a esse outro ser uma parte de nós mesmos."¹

Em outra parte do livro, encontra-se o seguinte texto:

"Para o paciente que se acha só e confuso, perdido no labirinto da crise, a abordagem franca e confirmatória de sua existência e o reconhecimento de sua angústia pelo terapeuta têm a expêriencia da mão que se estende para impedir-lhe a queda definitiva"¹.

Ou seja, em primeiro lugar, antes dos cinco anos de intensa teoria, emprestar as minhas duas imensas orelhas pro sujeito, deixo ele falar o que quiser, só pra lembra-lo de que ele não está sozinho no mundo, que eu estou ali com ele. Só depois disso vem a teoria.

Não. Isso não é fácil.

Os meus colegas psis estão aí pra não me deixar mentir. Ás vezes alguém vai sentar na tua frente e te contar as coisas mais sujas, hediondas ou assustadoras que uma pessoas poderia dizer. Comportamento sexual bizarro, violência gratuíta, manipulações, medos injustificados... E é nesses momentos que tu tens que lembrar que aquela pessoa na tua frente é só uma pessoa (ás vezes só uma criança, no sentido literal da coisa!). Tão humana quanto tu. Tão desesperada quanto qualquer outra pessoa e que talvez ela só tenha a ti. Porque ela jamais contaria aquilo a um amigo. Esse tipo de coisa só pode ser revelada em um lugar protegido, a uma pessoa neutra e "treinada pra suportar". No caso, o terapeuta.

Por isso não é fácil. São cinco anos de intensa teoria, teoria essa baseada no sofrimento humano puro e simples. Doenças mentais, crises conjugais, problemas de aprendizagem, dificuldades no ambiente de trabalho, sistema de saúde pública = Sofrimento.

Uma vez mamãe me perguntou, quando soube que eu atendia uma criança anos: "Tu não chora?". Não (e olha que agora eu atendo duas crianças!). Porque eu lembro sempre que eu preciso emprestar a essas pessoas uma parte de mim mesma. Alguém entre nós tem que se manter saudável. Alguém tem que ser forte e sensível ao mesmo tempo. Alguém tem que aguentar as ansiedades, os sofrimentos, as dores, todo o pequeno mundinho de angústias deles e devolver isso tudo de uma maneira renovada. É isso o que a gente chama de terapia e isso serve também pros pacientes adultos.

Por isso eu fico pê da vida com charlatanismo, má prática da profissão e gente queimando psicólogo. Essas pessoas não tem idéia da dádiva, responsabilidade e do duro danado que se dá pra ser psicólogo (um bom psicólogo, porque também não vou ser hipócrita e dizer que todos os psicólogos que tem por aí são bons, né?).

Mas voltando ao foco. Hoje é dia do psicólogo e eu recebi um dos melhores presentes que alguém poderia ter recebido: o progresso de um paciente. 
O paciente em questão é um paciente que venho acompanhando desde o início do ano e que atualmente já apresenta sinais claros de evolução (como diminuição do sintoma principal). Em uma das sessões, o paciente (criança) me disse "Lisa, os coleguinhas não riem mais de mim!". Acho que foi uma das coisas mais legais que já ouvi. Principalmente porque tem momentos em que tu duvida da tua capacidade como terapeuta ou tu pensa "Será que essa coisa toda funciona mesmo?". E aí alguém te dá a resposta daquilo que tu perguntou durante anos da tua vida. É algo que não tem preço. Mesmo.

Pra mim, ser psicólogo é isso: É a imensa realização de saber que um dia alguém acreditou em mim com tanta fé que me confiou (mesmo que talvez sem escolha a principio), a grandiosa responsabilidade de ser o seu guia.

Parabéns pelo dia do psicólogo a todos os bons psicólogos que eu conheço, aos meus colegas futuros (quase) psis e aos estudantes de psicologia em geral! \o_


¹ FERREIRA-SANTOS,  E. Psicoterapia Breve: Abordagem sistematizada de situações de crise. São Paulo: Ágora, 4º edição, 1997.

sábado, 14 de agosto de 2010

Angústia

Eu bem que poderia fazer um post sobre a viagem a Maceió. Falando sobre o quanto foi incrível.
Mas dividir alegrias é fácil e eu vou reserva-las para serem divididas pessoalmente com aqueles que quiserem.
No mais, qualquer um pode acessar meu orkut e ver no album as fotos da viagem.
Para aqueles que não tiverem Orkut, deixo uma palhinha:


Preciso dizer mais? =D




Mas hoje o post se destina a outro assunto.

Formatura. Denovo. Uhum, denovo.

Pra quem nunca passou por isso, não sabe o quão angustiante é a sensação de que toda uma fase da vida vai passar e de que todo o resto a partir de então é incerto. Foram cinco longos anos de tormenta, preocupações, sofrimento, alegrias, cansaço, esforço, recomensa e que agora que estão chegando ao fim. É a troca de algo conhecido, mesmo que sofrido (porque vamos convir que a faculdade é sofrida pra burro! Ou ao menos pra mim foi!) por algo totalmente novo. E que como sempre, o novo é assustador.

Eu tinha um medinho esquisito da formatura. Um quê de friozinho na barriga. Mas a tal "diarréia" de nervoso só veio mesmo depois da reunião de formatura, onde se decidem coisas sobre a colação de grau. Foi aí que caiu a ficha. "Porra, eu vou me formar!".
Escolher fotos, música, orador, patrono, paraninfo, homenageados, enfim. Escolhas. Mais escolhas. Uma porrada de incertezas (e essa nuvenzinha sacana nunca sai das nossas cabeças).

Eu não consigo escolher seis fotos que tenho que enviar pra Presidente da comissão (vulgo Babi! ^^). Eu não consigo escolher a música da colação e quando eu penso nisso cago no chão (não podia perder a rima infame! ^^) me dá dor de estômago.

Eu começo a ver fotos antigas e penso em todas as pessoas que já passaram pela minha vida e que foram importantes pra que eu chegasse onde cheguei hoje. Tay, Sele, Fabi, Cachinhos,  Rick, Família Hillmansion, Mile, ex-ficantes (alguns até meio bobos), Lisi, Túlio, pessoal do RGBN, os Festirock, tia Cláudia, as meninas da Dança... Pessoas com quem eu já não tenho contato (ou quase) mas de quem lembro com imenso carinho. E que me ensinaram lições valiosas. (Eu precisaria de, no mínimo 200 fotos pra por esse povo todo! :P)

E quanto a música. Pouts. Isso me dá um verdadeiro nó no estômago. Eu tento pensar em uma música que eu goste e que me diga algo sobre o momento "faculdade/formatura". Algo como "sobreviver". hahahaha

Então eu decidi que nada mais justo do que pedir a opinião das pessoas que me acompanham ao longo da minha incrível jornada (sem trocadilhos com aquele filme dos cachorrinhos, por favor! ¬¬). Tá, eu não vou ser tãããão legal a ponto de deixar vocês escolherem livremente, porque não quero arruinar minha entrada triunfante com um Reginaldo Rossi ou coisa que o valha (se bem que ia ser líndimo).

Então eu dou as opções e vocês votam, ok? =)

As músicas estão em inglês e a tradução está embaixo, exceto as do Rammstein (até porque acho que ninguém por aqui fala alemão! :P) e tem o videozinho do youtube, pra poderem saber como é a música (só clicar no nome)... Pelamordeyéshua, usem o seu bom senso, tá? Pensem que é uma formatura, um momento único na vida de um ser vivente e tudo o mais e que justamente por isso é dificil escolher UMA música.

Além de votarem, aceito sugestões. Mas por favor, levem em consideração o tipo de música que eu ouço (aí tem bons exemplos). :)

Vamos lá galerinha:



Broken, Beat & Scarred
Metallica

You rise, you fall, you're down then you rise again
What don't kill you make you more strong
You rise, you fall, you're down then you rise again
What don't kill you make you more strong

Rise, fall, down, rise again
What don't kill you make you more strong
Rise, fall, down, rise again
What don't kill you make you more strong
Through black days
Through black nights
Through pitch black insights

Breaking your teeth on the hard life coming
Show your scars
Cutting your feet on the hard earth running
Show your scars
Breaking your life, broken beat and scarred
But we die hard

The dawn, the death, the fight to the final breath
What don't kill you make you more strong
The dawn, the death, the fight to the final breath
What don't kill you make you more strong

Dawn, death, fight, final breath
What don't kill you make you more strong
Dawn, death, fight, final breath
What don't kill you make you more strong

They scratched me
They scraped me
They cut and rape me

Breaking your teeth on the hard life coming
Show your scars
Cutting your feet on the hard earth running
Show your scars
Breaking your life, broken beat and scarred
But we die hard

Breaking your teeth on the hard life coming
Show your scars
Cutting your feet on the hard earth running
Show your scars
Braiding your soul in a hard luck story
Show your scars
Spilling your blood in a hot suns glory
Show your scars
Breaking your life, broken, beat and scarred
We die hard
We die hard
We die hard

Quebrado, Espancado e Cicatrizado

Você se ergue
Você cai
Você cai, então se ergue de novo
O que não te mata te torna mais forte
Levanta, cai, derrubado, se ergue novamente
O que não te mata te torna mais forte
Levanta, cai, se ergue novamente
O que não te mata te torna mais forte

Através de dias negros
Através de noites negras
Através de pensamentos negros

Se quebrando em uma vida dura que está chegando
Mostre suas cicatrizes
Cortando seu pé em uma terra dura, correndo
Mostre suas cicatrizes
Quebrando sua vida, quebrado, espancado e cicatrizado
Mas nós persistimos

A aurora
A morte
A luta pelo último suspiro
O que não te mata te torna mais forte
Aurora morte luta suspiro final
O que não te mata te torna mais forte
Aurora morte luta suspiro final
O que não te mata te torna mais forte

Eles me arranharam
Eles me despedaçaram
Eles me cortaram e me estupraram

Se quebrando em uma vida dura que está chegando
Mostre suas cicatrizes
Cortando seu pé em uma terra dura, correndo
Mostre suas cicatrizes
Quebrando sua vida, quebrado, espancado e cicatrizado
Mas nós persistimos

Se quebrando em uma vida dura que está chegando
Mostre suas cicatrizes
Cortando seu pé em uma terra dura, correndo
Mostre suas cicatrizes
Entrançando sua alma em uma história sem sorte
Mostre suas cicatrizes
Espalhando seu sangue na glória do sol quente
Mostre suas cicatrizes
Quebrando sua vida, quebrado, espancado e cicatrizado
Nós persistimos


Nothing Else Matters
Metallica
So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters

Never cared for what they do
Never cared for what they know
But I know

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Never cared for what they do
Never cared for what they know
But I know

Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters

Never cared for what they say
Never cared for games they play
I never cared for what they do
I never cared for what they know
And I know

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Nada Mais Importa

Tão perto, não importa o quão distante
Não poderia ser muito mais do coração
Eternamente confiando em quem somos
E nada mais importa

Nunca me abri deste jeito,
A vida é nossa, nós vivemos da nossa maneira
Todas estas palavras, eu não simplesmente digo
E nada mais importa

Confiança eu procuro e encontro em você
Todo dia para nós algo novo
Abra a mente para uma visão diferente,
E nada mais importa

Nunca me importei com o que eles fazem,
Nunca me importei com o que eles sabem,
Mas eu sei

Tão perto, não importa o quão distante
Não poderia ser muito mais do coração
Eternamente confiando em quem somos
E nada mais importa

Nunca me importei com o que eles fazem,
Nunca me importei com o que eles sabem,
Mas eu sei

Nunca me abri deste jeito,
A vida é nossa, nós vivemos da nossa maneira
Todas estas palavras, eu não simplesmente digo
E nada mais importa

Confiança eu procuro e encontro em você
Todo dia para nós algo novo
Abra a mente para uma visão diferente,
E nada mais importa

Nunca me importei com o que eles diziam,
Nunca me importei com os jogos que eles jogavam,
Nunca me importei com o que eles faziam,
Nunca me importei com o que eles sabiam,
E eu sei!

Tão perto, não importa o quão distante
Não poderia ser muito mais do coração
Eternamente confiando em quem somos
E nada mais importa


Sonne
Rammstein
 
Sol

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, fora...

Tudo espera pela luz
tenham medo, não tenham medo
O Sol brilha nos meus olhos
Ela não irá se por esta noite
E o mundo conta alto até dez

Um
Lá vem o Sol
Dois
Lá vem o Sol
Três
Ela é a estrela mais brilhante de todas
Quatro,
Lá vem o Sol

O Sol brilha em minhas mãos
Pode queimar, pode cegar
Quando ele irrompe dos meus punhos
Deita-se quente sobre seu rosto
Ela não vai se por esta noite
E o mundo conta alto até dez

Um
Lá vem o Sol
Dois
Lá vem o Sol
Três
Ela é a estrela mais brilhante de todas
Quatro
Lá vem o Sol
Cinco
Lá vem o Sol
Seis
Lá vem o Sol
Sete
Ela é a estrela mais brilhante de todas
Oito, nove
Lá vem o Sol

O Sol brilha em minhas mãos
Pode te queimar, pode te cegar
Quando ele irrompe dos meus punhos
Deita-se quente sobre seu rosto
Deita-se dolorosamete sobre o peito
O equilíbrio é perdido
Ela te faz ir com força sobre o chão
E o mundo conta alto até dez

Um
Lá vem o Sol
Dois
Lá vem o Sol
Três
Ela é a estrela mais brilhante de todas
Quatro
E ela nunca vai cair do céu
Cinco
Lá vem o Sol
Seis
Lá vem o Sol
Sete
Ela é a estrela mais brilhante de todas
Oito, nove
Lá vem o Sol
Fora


Mein Herz Brennt
Rammstein
Meu Coração Queima

Agora, lindas crianças, prestem bastante atenção
eu sou a voz que vem do travesseiro
eu trouxe para vocês algo comigo
que arranquei do meu próprio peito
com este coração, possuo o poder
de exercer controle sobre as pálpebras
eu canto até o dia despertar
uma luz brilhante no firmamento
Meu coração queima

Eles vêm até vocês à noite
Demônios espíritos fadas negras
Eles se arrastam para fora de cavernas subterrâneas
E vêm espiar embaixo de suas cobertas

Agora, lindas crianças, prestem bastante atenção
eu sou a voz que vem do travesseiro
eu trouxe para vocês algo comigo
uma luz brilhante no firmamento
Meu coração queima

Eles vêm até vocês à noite
e roubam suas cálidas pequenas lágrimas
eles esperam até que a lua desperte
e se esquivam dentro das minhas veias frias

Agora, lindas crianças, prestem bastante atenção
eu sou a voz que vem do travesseiro
eu canto até o dia despertar
uma luz brilhante no firmamento
Meu coração queima


Acho que eram essas... Acho...
Podem votar! ^^

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Obrigada II - O Resgate no lodo

Tudo começa com a idéia. Toda idéia vem de um gênio incompreendido - Sempre! O único problema do gênio compreendido é que normalmente ele também é um pouco insano... ... ...

"Pensei em comemorarmos meu aniversário no dia 31, já que no dia 05 vou pra Maceió. Pensei em fazermos no Cassino, já que tem mais espaço e aí podemos fazer um dormidão com todo mundo! Tipo a festa do pijama e sobretudo! =D"... Alguns comentaram que estaria frio e tal, mas todo mundo acabou topando (Pra variar, o primeiro é sempre o Marco, que atóra as minhas indiadas! hihihi).

Dia 31 batemos em retirada o Loriz, o Marco e eu no carro do Loriz um pouco mais cedo que a mãe e a mana (que iriam logo após de ônibus) e Depois o Loriz voltaria pra buscar a Dinda (que "por acaso" é irmã da minha mãe e mãe dele e do Marloz), a Leleh, o Marloz e a Ingrid.

Quando chegamos ao cassino, era um lodaçal desgraçado, uma vez que tinha chovido durante a madrugada toda. A entrada da casa do pai era quase um lago. O que dava pra ver era puro barro. Foi aí que aconteceu a desgraça... Quisemos ser aventureiros (Porque a gente "Ri na cara do perigo!" né Loriz? haha) e atolamos o carro na entrada da casa.
Exatamente. Ficamos atoladinhos, os três (UI!).

Nós não sabiamos se ríamos ou se choravamos! O carro cheio de tralha (edredom, pães, salsichas, um bolo, etc), eu com um abscesso do tamanho de um ovo e morrendo de dor e os guris tentando desatolar o carro e nada.
Foi aí que o Loriz teve a idéia: O Marco e ele empurravam enquanto eu dava a ré. Justo eu que nem bicicleta sei manobrar!
O resultado dessa façanha foi que sim, desatolamos o carro. Mas para pagar tamanha heresia (a de me por no volante), o Loriz teve que compensar sacrificando o espelho do carro (já que eu consegui socar o carro num espaço impossível de manobrar!). Depois disso tudo eu olho pro Loriz e pergunto: "primo, cadê o Bolo?" E nessas de "desce do carro", "não, não desce!" ele me lembra que eu tinha deixado o bolo (que eu estava carregando) em cima do capô (Mãe! Eu sei que omiti esse detalhe durante todo o fim de semana, mas foi pro teu próprio bem, viu? Espero que tu ainda me ames!). hahahahaha

Desatolados, embarrados (os guris, eu me salvei dos pés pra cima. Mas o Marco e o Loriz tinham barro até na cara!), cansados e sem saber se riamos ou chorávamos decidimos voltar pra cidade.

Acabamos fazendo o aniversário na casa da dinda. Porque a mamys tava com a casa interditada por motivos de chuvas e cavalos (piadinha interna! hehehe). E de todo o jeito é sempre divertido "farrear" com eles.

Não só farrear. Fazer qualquer coisa. Passar férias, jogar jogos de tabuleiro, virar as madrugadas, fazer planos malucos, fofocar, zoar, pegar junto, discutir, perturbar, inventar coisas pra fazer (como amigos secretos de dias bizarros hehe) ou não fazer nada... Porque isso é uma família. E a minha família é das mais doidas. As pessoas são muito peculiares e cada um tem a sua maneira, o seu jeito "esquisito" de ser e fazer as coisas e eventualmente esse jeito se choca com o do outro. Um é muito expansivo, o outro é muito calado, um divaga demais, o outro é muito realista, um é muito sentimental, o outro é muito fechado, um é muito empático, o outro é muito autocentrado... E por aí vai.

E cada um tem uma maneira de dizer que gosta do outro tão peculiar quanto a sua própria forma de ser. Pra alguns é fácil abraçar e expressar, outros a gente percebe que gostam quando oferecem um espaço pra que a gente chegue e se sinta confortável, outros brincam... Mas é amor igual, é amor de toda a forma. Não tem como dizer "eu não te amo", "eu não gosto de ti!". As pessoas podem ter mágoas ou problemas umas com as outras, como em qualquer outra família. Elas divergem, discutem e até se arrancam os cabelos (Oi Lili! \o/ hahaha). Mas não existe falta de amor.
E como eu gostaria de poder dizer agora: Viu, vó. Tu construiste a tua casa sobre a rocha (Mesmo que o fim de semana tenha sido sobre o "Lodo"!). Porque eu sei que ela gostaria de ouvir isso (Inclusive a parte do lodo! hehe).

E obrigada família das "filhas da Neli". Eu sempre acreditei em nós.
E também apóio a nova agregada, viu? A dona Ingrid camisa 11. (Porque a Nicole camisa 10 é velha, antes de ser namorada do Loriz ela já era irmã de verão! hahaha) :)

Dia 05 pra mim serão 24 anos de bons e maus momentos, mas independente disso de suporte e amizade. Enquanto lembravamos dos momentos infância, pentelhice, e cabelos brancos maternos do "quarteto angelical" (Vulgo Loriz, Marloz, Lili e eu) eu pensava no quanto foi importante pra mim ter tido vocês sempre perto (digo, os três sempre perto e as mães e a vó sempre correndo atrás, né? hahahaha).

Amo vocês. Simples assim.
(Não chora dinda! hahaha)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Frases "toscas" prontas


Me dando ao luxo de ser "frágil". Vou aproveitar, "daqui a pouco passa".
Sempre passa...

Essa é a frase pronta mais "infantil" e "tosca" que eu já vi. Mas nunca vi tanta verdade em uma frase só.
Uma pessoa que está feliz provavelmente não precisa de amor e compreensão.
Quem precisa disso é quem faz bobagem, enfia o pé na jaca, dá piti, esperneia, quebra tudo e diz que vai embora... Quem precisa de amor, é aquele que segundo a norma social menos merece.
(A pesar de merecimento ser absurdamente relativo)

(Adoro palavras/frases entre aspas... Repararam? E parenteses também, super tendência...)

Obs: a parte do "infantil" e "tosca" é só porque eu sou durona, ok? :P

sábado, 24 de julho de 2010

Perspectivas

É nessas horas em que ser ateu é difícil... Porque eu bem que poderia dizer "O futuro a deus pertence", mas quem me conhece sabe que isso seria uma enorme de uma hipocrisia! heh

Mas a verdade é que o futuro é meu e só a mim pertence. Os erros e os acertos são meus.

E escrevo isso porque hoje algo muito importante aconteceu...

Pode parecer banal, pode parecer engraçado ou até pouco significante: Hoje foi minha última matricula na faculdade.
Deveria ser um momento extasiante, afinal é a reta final! Mas não, não é. É assustador!
Já pararam pra pensar na repercussão disso na vida de um ser humano? É o adeus aos velhos formulários em que se preenchia "Profissão: estudante" tão displicentemente e de maneira já tão automática.
Já já eu vou ter que pensar duas vezes quando for ter que preencher o espaço em branco correspondente a profissão em algum formulário por aí. Até lá, todas as vezes em que isso acontecer, é possível que eu sinta o mesmo frio na barriga. A mesma precipitação. Aquele quê de um algo terrível que está por aí a espreita pronto pra me pegar na primeira entrevista de emprego ou no primeiro consultório da vida.
Uma sensação de que não importa o quão alta seja a média final, o quanto eu tenha me empenhado, quantos pacientes eu tenha tido, que eu tenha ficado durante as férias em estágio na clínica, quantos livros eu tenha lido... De qualquer forma eu não me sinto preparada pra sair por aí encarando o mundo "psi".
E o que fazer depois? Especialização? Mestrado? Só trabalhar?

O mais difícil até os últimos meses era definir com o que trabalhar. Isso já não é mais um problema. Eu gosto de psicologia clínica. Em especial psicologia cognitivo comportamental e se for pra trabalhar com crianças, melhor ainda. Chego a brilhar os olhinhos!

Mas a pergunta que eu me faço (e que acho eu todos que devem estar sentindo o mesmo que eu devem estar se fazendo) é: Será que eu serei boa o suficiente pra trabalhar com aquilo que eu escolhi?

Uma coisa eu descobri nesse último semestre (e em processo de terapia... rs): Infelizmente não. Eu dificilmente serei boa o suficiente em alguma coisa que eu escolher, porque quando mais alto eu subo, mais eu elevo os meus padrões, de forma que eu vou estar eternamente insatisfeita. De certa forma isso é bom: eu sempre vou buscar algo que possa ser melhorado. Por outro ângulo, é péssimo, porque a menos que eu encontre um ponto de equilíbrio, eu nunca vou estar satisfeita.
E se o futuro é só meu, os fracassos também são.